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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Uma certa birra com o Natal

Fui ao supermercado semana passada e já tinham várias renas de pelúcia para pendurar na porta, ou seja, já é quase Natal oficialmente então posso começar a leva de posts sobre traumas de infância, papai noel e presentes. Sabe, eu tenho uma certa cisma com datas comemorativas como dia dos pais, das mães, Natal e afins, qualquer data que carregue uma certa obrigatoriedade de cumprir um cronograma e protocolo. Mas como você não gosta de Natal, pessoa sem coração! - alguém mais exaltado grita-, calma meu filho, eu já vou explicar, deixa eu divagar um pouco antes.
Quando era criança (nem faz muito tempo, tá?) era bem legal, tinha árvore, a gente saía pra comprar enfeites fofoletes, às vezes era na casa da vó e outros lá em casa mesmo, tinha a ceia, tinha presentes, mas nada muito tradicional, a gente abria os presentes bem antes da meia noite, assistia novela, aí jantava, vinha o especial da Xuxa e todas as crianças presentes já tinham cansado dos seus respectivos brinquedos e queriam o do outro. Isso sem entrar em detalhes de filas no shopping para ver o papai noel, eu nunca queria, era a decepção da família, até hoje guardo um certo, uhum, "respeito" por pessoas vestidas de Papai Noel (palhaços e afins, mas outro dia eu conto).
As crianças cresceram e os adultos deram uma desanimada forte, forte mesmo. Era uma briga pra se montar a árvore, ninguém queria cozinhar (como assim, não passo o Natal sem meu salpicão de frango defumado), meu vô já estava ficando velhinho e queria comer a ceia 6 horas da tarde, minha mãe num ânimo contagiante sempre escolhia esse dia para pegar no meu pé, um reburduncio.
Aí conheci meu marido e a família dele é oposta a minha em relação ao Natal. Oposto. Contrário. 180 graus. Espero ter me feito clara. Mega tradicional, funcionários são contratados, comidas são encomendadas, louças são alugadas, vestidos são comprados, a ceia começa às 22:00, os presentes só podem ser abertos à meia noite, boring pra mim que nunca me fiei às tradições. Respeito mas não compartilho. Logo eu que cansei de passar Natais de pijama, ceiando a hora que desse vontade, acabando com as cerejas da mesa antes mesmo de abrir os presentes. Ano passado eles até tentaram fazer uma coisa mais íntima, cada um levou um prato, mas acho que eles não curtiram pq esse ano vai voltar o velho esquema, e eu vou voltar a passar o Natal na casa da minha irmã, lá onde meu cunhado fica feliz com um dedo de Cidra Cereser ou Chuva de Prata (adooooro, rs), isso sim é que é tradição de Natal.
E a cisma, um leitor mais atento pergunta, calma, explico agora.  Neguinho briga o ano inteiro, fala mal do tio, reclama da prima e nesse dia todos resolvem se reunir e serem fofos, pq o espírito de natal que ZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz. Meu poupa gente, não é o cúmulo da hipocrisia escolher apenas um dia do ano para ser uma boa pessoa? A gente não deveria tentar ser uma pessoa melhor a cada dia do ano? Escolher uma época específica para isso me parece deveras suspeito.
Então é natal, já canta ao longe a Simone...
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